Minha vida foi atingida pelo caos. Não, nada dramático, até porque ando numa fase em que me recuso a achar qualquer coisa dramática. Simplesmente estou me sentindo meio descrente, meio apática, meio cínica demais para sentir qualquer coisa com muita intensidade. E como gosto de intensidade, essa impossibilidade de senti-la me faz meio melancólica.
É engraçado, talvez triste, como os planos que fazemos são desfeitos por ações externas a nossa vontade,(pessoas, natureza, imprevistos). Isso é uma coisa que me irrita muito:a perda de controle sobre a minha vida.
Mas, ora, quem é que tem controle sobre a própria vida? Crio essa ilusão às vezes, me convenço de que o controle é meu, fico como Poliana, fazendo o “jogo do contente“. Só que é impossível brincar sempre, e hoje estou num desses dias em que visito a coxia do espetáculo e vejo a realidade nua de onde saem todas as minhas ilusões e fantasias.
Contudo, me recuso a não voltar para o palco, iluminado e cheio de ilusões pairando, afinal é no mundo das ilusões que vivo a maior parte do tempo, e é objetivando tornar essas ilusões reais, que consigo forças e consigo mesmo realizar muitas das minhas metas e objetivos... Hoje vou chorar para que as minhas lágrimas reguem novas sementes de ilusão, e amanhã elas germinem com mais força do que as que feneceram, desaparecendo com essa sensação de espaço desocupado por um bom tempo...
Bjokas
Raquel
Raquelzinha...
ResponderExcluirInfelizmente há situações na vida que parece que os 5.999.999.999 outros habitantes resolveram jogar contra a gente.
Nessas horas, o melhor a fazer é isso... Esperar um pouco. Recuperar as energias, forças, ânimo. Porque o palco está lá, iluminado, esperando a gente brilhar. E para que brilhemos, basta acendermos nossa própria luz. Na hora certa!
É esse tom confessional e essa linguagem simulada que fazem o texto não ser piegas - ao contrário.
ResponderExcluirNada como abandonar o palco.
Relaxa, e ainda nos permite ver sem ser visto.
Quer situação melhor?
Ótimo texto Raquel. Gostei bastante deste seu espaço e voltarei mais vezes para ler outros posts. Música legal e tal. Parabéns!
ResponderExcluirAbraços,
Berenice
Infelizmente um dia todos nós nos sentimos ou sentiremos assim!
ResponderExcluirVocê não é exclusividade
então, relax!!!
gostei do seu blog!
beeeijos
Hoje eu quero o breu, a penumbra. Minha luz afunda o peito e pede recolhimento. Não sussurre piedade ou compreensão. Hoje a canção é solitária e o meu casulo muito mais denso.
ResponderExcluirMeu anjo eu escrevi um texto em julho chamado Vê Bem e me parece que casa perfeitamente com o que vc escreveu: vou tomar a liberdade
ResponderExcluirVê bem:
Acredita piamente na cara das pessoas, nos contos de vitória e heroísmo, nas virtudes prontas, nas receitas feitas de ser feliz. É, acredita nas lágrimas que escorrem as faces mais herméticas, acredita nos gritos mais agudos, e nos dizeres mais mansos, acredita nos autores, nos músicos, nos filhos e nos amores sem vacilar por um segundo. Aceite tudo como verdade inelutável: você é fraco, a vida é um fatalismo, o homem é produto do meio, tudo está determinado, nada mais adianta, a felcidade está depois da morte, a virtude é ser quem você não é, a honestidade é a mais promissora das virtudes, a mentira é dispensável, se exercer é um pecado, o sexo é sujo, o casamento é eterno, Deus quer um rebanho apático, de luvação e negação daquilo que Ele criou. Acredite em tudo, meu senhor! Como Manso comodista, não lute, não despreenda a força dos seus músculos, nem a energia do pensamento, simplesmente aceite e siga esta atrofia. Cada dia mais pálido, cada dia mais parco, cada dia mais delgado!
E se Deus não te falar diretamente com voz nítida e em bom tom, se teu casamento acabar, se suas virtudes só trouxeram preconceitos e amarras, se os melhores momentos de vida miguante foi passado entre bocas e coxas, se as lágrimas em que você acreditou não passaram de sudorose, se a personagem que criou para si, dentro do teu teatro vital, teve fim sem graça, sem sabor, sem emoção, quando a hora sinistra chegar cobra a tua desgraça à fé; e ela responder-te-á que não tem culpa se o ensinaram errado, não carrega o fardo de uma sociedade míope que não enxergou que a dúvida é base maior da crença, e que crer sem duvidar é ceder à ditadura da preguiça! Mas neste segundo de lucidez já não terá voz de dizer, nem gesto de exemplificar e as pessoas ao seu redor acreditarão que você morreu feliz e que foi descansar!
Olá... Dizer que seu blog e seu texto é ótimo é chover no molhado, além de um tanto clichê!
ResponderExcluirMas é inevitável não elogiar o modo como você escreve... Seu texto é limpo, compreensível, interessante!
Fiz uma lista de blogs bons para um amigo meu esses dias... pouco a pouco fui adicionando novos blogs... e o seu será o próximo!!!
Pois parabéns!
http://www.ignisphoenix.blogspot.com/
Ótimo texto, e expressa muito bem o que as vezes sentimos, tbm passamos pelo mesmo!!!
ResponderExcluirAbraços
Aqui e ali, num mundo de não-espaços desapercebidos, num convívio de sementes que são impedidas de nascer, ou melhor, impelidas a desistir, numa sociedade que quer simplesmente uma razão para vaiar qualquer que seja a atuação, qualquer que seja a ilusão, sinto-me no mínimo reconfortado de saber que pessoas com a displicência de não ligar e simplesmente falar e falar sobre falar podem ousar existirem.
ResponderExcluirFico feliz por podre ficar feliz por ler seu texto sobre essa ilusão de que jogo minha cara atapa comentando uma idéia que admirei...
Exista mais, Raquel
Vinícius Almada,
www.ignisphoenix.blogspot.com
Talvez queira ver o que o
Senhor do fogo tem a dizer...