Quanto do que somos é real e quanto é simplesmente a "incorporação" do papel que criamos para nós ao nos definirmos, e pior, ao aceitar a personagem que os outros nos atribuem?
Já parou para analisar quantas atitudes você tem porque já definiu seu papel no mundo? Já se caracterizou como a personalidade forte, e, portanto não pode fraquejar; ou como a vítima, com a qual o grito de "Basta" não m combina?
Experimente fazer o exercício de se "repensar", de "desvestir" o "personagem" que criou ou que deixou de que criassem para você. Analise suas atitudes como novidades, encare cada situação como se nunca a tivesse vivido e não se importando com as opiniões alheias.
Talvez você se descubra alguém totalmente diferente do que tem sido até então... :)
Fernando Pessoa já andou falando nisso em Tabacaria (Álvaro de Campos)
"O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me."
Clarice Lispector também passou por esse assuto...
"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."
O mais hirônico é que sempre se estará criando, pensando, um novo papel para representar... Por onde andará o verdadeiro Eu ? Será que é pessível encontrá-lo, vivê-lo?
Será mesmo a vida uma comédia escrita por um louco e sem sentido algum?
Responda você, se for capaz... :)
Pode comentar... Eu deixo.
Acreditar nessas personagens - "o forte" , "o fraco", "a vitima" ou "o de personalidade forte", "timido" , "o triste" , "o alegre", que só ressaltam aspectos, mas não a totalidade do ser humano, em nós coexistem coisas aparentemente contraditórias e inaceitaveis para uma lógica quadrada...
ResponderExcluirMas é que a gnt não é quadrado.
E se hoje estou triste, amanhã posso estar feliz.
Seria possivel dizer que "nunca somos, estamos".
e seria muito divertida uma comédia sem sentido escrita por um louco.